Hoje, 31 de outubro, no último dia do mês, é comemorado nos países anglo-saxões um dos eventos mais tradicionais e populares de todo o globo terrestre: o Halloween (ou, para nós, o “Dia das Bruxas”). Originado da cultura celta (povo que habitou grande parte da Europa durante o segundo milênio a.C.), o fenômeno cultural que antecede o “Dia de Todos os Santos” nasceu como uma “preocupação” que este antigo povo detinha ao ansiar que o mundo viesse a ser atentado por fantasmas e demônios às vésperas do 1º de novembro, uma data representada pelo sagrado e pela positividade.
Atualmente difundido por crianças e adolescentes que se fantasiam e batem às portas das casas para pedir doces em troca de bom comportamento (ou seja, para não pregarem uma peça no morador), a celebração nos remete aos tempos em que as pessoas se utilizavam de máscaras e disfarces para passarem despercebidas pelos espíritos que vagariam pela Terra na ocasião. Marcado pela presença do horror e do sobrenatural, muitas são as lendas e histórias que acompanham esse período comemorativo, muitas das quais podem ser acompanhadas por meio deste link.
A seguir, relacionei algumas dicas de músicas, games, filmes e livros que você não poderá deixar de conferir nesse dia tão especial para fazer do seu “Dia das Bruxas” um momento muito mais inesquecível, aterrorizante e divertido.
ALA MUSICAL
MENÇÕES HONROSAS: “Thriller”, do Michael Jackson // “Fine Again”, do Seether // “Call Me When You’re Sober”, do Evanescence.
“Just Tonight”, com o The Pretty Reckless:
A banda formada por Taylor Momsen e companhia ainda estava no seu disco debut de inéditas quando “Just Tonight” foi escolhida como 3º single do “Light Me Up” e ganhou um clipe bem característico dessa época do ano dirigido por Meiert Avis (o mesmo de “Make Me Wanna Die” e “Miss Nothing”). Com um visual bem gótico que nos remete à toda obscuridade do rock alternativo produzido pelos caras, a vocalista do grupo pode ser vista queimando flores e doando de seu sangue para uma tinta especial enquanto os outros integrantes tocam seus instrumentos em um cenário digno de um filme de terror clichê dos anos 90. Composta por Taylor Momsen, Ben Phillips e Kato Khandwala (e ganhando a produção deste último), a poderosa música foi bem aceita pelos críticos musicais que elogiaram bastante os vocais da cantora.
ASSISTA AO CLIPE DE “JUST TONIGHT”, DO THE PRETTY RECKLESS.
“If It’s Alright”, com a Lindsay Lohan:
Intercalando várias cenas de “Eu Sei Quem Me Matou?”, filme de suspense estrelado por Lindsay Lohan em 2007, a 7ª faixa do disco “A Little More Personal (Raw)”, de Lilo, é o tema deste vídeo elaborado por um fã que une a carreira cinematográfica da moça à musical. Apesar de a sua letra não condizer em nada com o que é mostrado em vídeo, o fan made surge como uma espécie de justiça à excelente balada gravada por Lohan em 2005 e que não ganhou nenhum destaque quando da divulgação do seu 2º disco de inéditas. Composta por Lindsay ao lado de Kara Dioguardi e Butch Walker (e produzida pelos dois últimos), “If It’s Alright” nos mostra que, apesar de ter obtido pouco êxito em sua discografia, se mostra um dos trabalhos mais honestos e profundos da bad girl mais querida e idolatrada de Hollywood.
ASSISTA AO FAN VIDEO DE “IF IT’S ALRIGHT”, DA LINDSAY LOHAN.
“Electric Chapel”, com a Lady Gaga:
Quando se trata de Lady Gaga e do seu 2º álbum, o “Born This Way”, é fato que muitas de suas faixas poderiam ocupar um espacinho nesse especial de Halloween, mas essa apresentação de “Electric Chapel” realizada em Manila, capital das Filipinas, ganha destaque por sua maestria. Influenciando-se pelas batidas do heavy metal e pelos elementos da eurodance, a 12ª canção do material (14ª da edição especial com conteúdo bônus) merece a nossa atenção por trazer os marcantes vocais da cantora unidos à toda obscuridade trabalhada por Gaga na criação e divulgação do “Born This Way”. Composta por sua intérprete conjuntamente ao DJ White Shadow (e produzida por ambos), em “Electric Chapel” a loira canta sobre a enigmática capela elétrica: “um lugar seguro aonde você pode encontrá-la para lhe entregar algo especial”.
ASSISTA A APRESENTAÇÃO AO VIVO DE “ELECTRIC CHAPEL”, DA LADY GAGA.
ALA ELETRÔNICA
MENÇÕES HONROSAS: “Parasite Eve” // “Silent Hill 2” // o recente “Until Dawn” (leia o nosso artigo).
Silent Hill:
Não sou eu que digo que “Silent Hill”, o clássico do PSOne, é um dos jogos de horror mais consagrados de todos os tempos pelos fãs do terror e do suspense, mas sim o próprio público amado. E, apesar de já ter rendido mais de 10 títulos bem populares entre os fiéis seguidores da franquia, o primeiro deles, lançado lá em 99, continua sendo definitivamente o mais respeitado e indicado para quem curte ambientes claustrofóbicos somados à muita pressão psicológica. Apesar de ter os piores gráficos e a jogabilidade mais limitada de qualquer outro lançamento da obra, “Silent Hill” prende o jogador por conta de sua criatividade absurda e enredo diabólico. Sob o comando de Harry Mason, você terá de enfrentar muitos desafios para encontrar sua filha desaparecida enquanto foge da sombria névoa de Silent Hill que engole tudo o que vê pela frente como um buraco negro de ódio, sangue e muita carnificina. “Terror em Silent Hill” e “Silent Hill: Revelação” são as duas adaptações cinematográficas inspiradas no 1º e 3º games da série.
ASSISTA A UM TRECHO DE “SILENT HILL”.
Five Nights at Freddy’s 4:
Liberado neste ano para PC, Android e iOS, o 4º lançamento da série “Five Nights at Freddy’s”, criada por Scott Cawthon, é de longe o mais assustador de todos os títulos que precederam o 1º game, lançado em agosto do ano passado. Seguindo a mesma modalidade dos jogos anteriores, o jogo em 1ª pessoa é dessa vez controlado por um garotinho que está trancado em seu quarto tentando escapar dos já conhecidos animatronics da “Freddy Fazbear’s Pizza”. Baseando-se no mesmo esquema de sustos inesperados, a diferença deste games dos demais está na ausência das já conhecidas câmeras de vigilância (que te avisavam quando os inimigos se aproximavam) e na aparência dos robôs, que agora estão muito mais horripilantes.
ASSISTA A UM TRECHO DE “FIVE NIGHTS AT FREDDY’S 4”.
ALA FILMOGRÁFICA
MENÇÕES HONROSAS: “Eu Sei [e Eu Ainda Sei] o que Vocês Fizeram no Verão Passado” // “O Chamado 1 e 2” // a franquia “Pânico” // a comédia “Todo Mundo em Pânico 1, 2 e 3”.
Abracadabra:
A comédia da “Disney” estrelada por Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy é a dica perfeita para quem curte o Halloween mas não gosta de acompanhar os clássicos do terror regados a inúmeros banhos de sangue e vísceras. “Hocus Pocus”, no original, foi lançado em 1993, e, apesar de não ter conquistado as graças da crítica especializada na época de sua estreia, construiu no decorrer dos anos uma imensa legião de fãs, sendo hoje considerado um clássico cult. Dirigido por Kenny Ortega (o mesmo da trilogia “High School Musical”), o longa conta a história das irmãs Sanderson, sacrificadas há 300 anos pela prática de bruxaria e que retornam do além após serem invocadas por um pequeno grupo de crianças. Tendo apenas algumas horas para roubar a energia vital de toda a criançada da cidade, Winnie, Sarah e Mary terão de se adaptar ao mundo moderno enquanto colocam em prática o seu maquiavélico plano para permanecerem vivas definitivamente. Uma sequência do filme foi cogitada no ano passado, mas logo depois foi revelado que, na verdade, o novo projeto desenvolvido por Tina Fey (a professora Sharon Norbury de “Meninas Malvadas”) trata-se de uma spin-off.
ASSISTA A UM TRECHO DE “ABRACADABRA”.
Elvira, a Rainha das Trevas:
Outra comédia super recomendada para este “Dia das Bruxas” (e liberada para o público em 1988) é “Elvira, a Rainha das Trevas”, o primeiro longa-metragem estrelado por Cassandra Peterson sob o seu alter ego popularmente conhecido no mundo todo. Saindo do mundo da televisão para ganhar o seu próprio filme, “Elvira, a Rainha das Trevas” narra a história de Elvira, uma apresentadora de TV que vivia pacatamente como anfitriã de um programa decadente e que recebe a notícia do falecimento de uma tia, até então desconhecida pela moça. Indo para Fallwell, interior de Massachusetts, no local ela não demorará para descobrir que os bens herdados de sua tia, Morgana, são muito mais especiais do que aparentam ser (e que muita gente está de olho na sua herança, e não apenas em seu corpo escultural). Antes de estrelar o projeto, Peterson já trabalhava como apresentadora do canal “KHJ” (assim como é representado no começo do filme), dando vida ao “Movie Macabre”: uma apresentação semanal com as obras do terror.
ASSISTA A UM TRECHO DE “ELVIRA, A RAINHA DAS TREVAS”.
As Bruxas de Eastwick:
Lançado em 1987 e baseado na novela de John Updike de mesmo nome, o longa-metragem estrelado pela nata hollywoodiana Jack Nicholson, Cher, Susan Sarandon e Michelle Pfeiffer não poderia ter rendido um resultado mais empolgante e atrativo que o retratado em “As Bruxas de Eastwick”. Bem aceito pelas críticas, a saga de três bruxas que se apaixonam pelo mesmo homem foi nomeada à 2 categorias do “Oscar” de 88 e venceu diversas outras em premiações como o “BAFTA” e o “Saturn Awards”. Alexandra, Jane e Sukie sempre sonharam em encontrar sua alma gêmea, até que, de repente, o desejo inesperado se torna realidade quando Daryl Van Horne aparece em suas vidas como uma prece atendida. O que elas não sabem é que o cara boa pinta vivido por Nicholson lhes causará muitos mais problemas do que meros contratempos com poções mal preparadas ou simpatias que não funcionam. Destaque para a atuação fascinante da cantora (e esporadicamente atriz) Cher.
ASSISTA A UM TRECHO DE “AS BRUXAS DE EASTWICK”.
A Hora do Pesadelo:
Por mais que “Sexta-feira 13”, “O Iluminado”, “Poltergeist” e “O Exorcista” sejam obras muito procuradas nessa época do ano por todos que curtem os clássicos dos anos 70 e 80, o Halloween aqui do Caí da Mudança não seria o mesmo se deixássemos de lado o aterrorizante “A Hora do Pesadelo”. Ganhando 7 títulos principais memoráveis, um crossover bem mediano e um remake que jamais deveria ter saído do papel, a história de Freddy Krueger, o assassino de crianças da Elm Street, continua sendo mesmo nesta década um clássico do terror que precisa ser visto e revisto por todos os amantes do “Dia das Bruxas”. Eu estaria mentindo se dissesse que todos os lançamentos da série principal são tão bons quanto o 1º (que ganhou os cinemas de todo o mundo em 1984), mas vale mencionar que “A Hora do Pesadelo 2, 3 e 7” são filmes imprescindíveis para todos que gostariam de conhecer um pouco mais sobre uma das franquias mais queridas do “terror B”. O que dizer do encantador Robert Englund, ator responsável por imortalizar um dos vilões mais temidos da história da humanidade criado pelo gênio dos cinemas Wes Craven?
ASSISTA A UM TRECHO ICÔNICO DE “A HORA DO PESADELO”.
Olhos Famintos:
Escrito e dirigido por Victor Salva, o lançamento de 2001 que teve seu título original inspirado na música de jazz “Jeepers Creepers”, de 1938, é outro trabalho da última década que merece um pouco da nossa atenção nesta publicação. Diz uma lenda local que a cada 23 primaveras, durante 23 dias, uma criatura conhecida como The Creeper (algo como O Rastejador) sai de um profundo estágio de hibernação para se alimentar de seres humanos. Movido por um incontrolável faro que pode detectar suas vítimas há distâncias inexplicáveis, os irmãos Trish e Darry (interpretados por Gina Philips e Justin Long) se metem em apuros ao tentar investigar os hábitos do misterioso ser após um encontro nada amigável nas estradas do Nebraska. Uma sequência passando-se 3 dias após os eventos do 1º filme foi liberada em 2003, tornando-se tão querida pelos fãs da trama quanto o original (além de ter introduzido Jonathan Breck mais uma vez como o nojento The Creeper).
ASSISTA A UM TRECHO DE “OLHOS FAMINTOS”.
Invocação do Mal:
Invalidando completamente aquela conversa de que “não se faz mais filmes de terror como antigamente”, a produção dirigida por James Wan e com roteiros de Chad Hayes e Carey W. Hayes surgiu em 2013 para dar um tapa na cara de todos que duvidavam do potencial das atuais obras do horror. Baseado em fatos reais, “Invocação do Mal” traz a história de Ed e Lorraine Warren, o casal de paranormais mais famoso dos EUA vivido nas telonas dos cinemas pelos talentosos Patrick Wilson (“Sobrenatural” e “Sobrenatural: Capítulo 2”) e Vera Farmiga (“Bates Motel”). Passando-se em 1971 e investigando um recente caso que lhes foi proposto, os Warren encontram diversos eventos sobrenaturais que colocarão em risco a vida de todos que adentrarem a sinistra propriedade rural recém adquirida pela família Perron. Mesmo rejeitado por grande parte do público que aprovou “Invocação do Mal”, um spin-off nomeado “Annabelle” foi lançado um ano após o 1º longa trazendo a história da boneca que faz figuração na obra de James Wan. “Invocação do Mal 2” já foi confirmado e tem data de lançamento agendada para junho de 2016.
ASSISTA A UM TRECHO DE “INVOCAÇÃO DO MAL”.
ALA LITERÁRIA
MENÇÕES HONROSAS: apesar de não tê-los lido (ainda), “A Coisa” // “O Iluminado” // “O Cemitério”, todos do Stephen King, foram muitas vezes recomendado a mim por diversas pessoas (destaque às suas respectivas adaptações cinematográficas, consagradas por quem curte o gênero como clássicos inestimáveis do terror).
A Máscara Monstruosa (Goosebumps):
Para encerrar o nosso especial de Halloween aqui do Caí da Mudança, trago a vocês um livro que li há muitos e muitos anos, mas que jamais saiu da minha memória de pequeno fã adorador do lado sobrenatural da vida. “A Máscara Monstruosa” é a 11ª novela escrita por R. L. Stine para a série “Goosebumps”, uma coletânea que inclui 62 obras de terror destinadas ao público infantojuvenil. Publicada pela 1ª vez em 1993 pela “Scholastic Corporation” (e por aqui pelas editoras “Fundamento” e “Abril”), o livro narra a história de Carly Beth, uma garota que resolve se vingar de alguns amigos que a vivem zoando e pregando peças de mal gosto. Visitando uma loja de máscaras de Halloween, Carly “invade” uma sala proibida do estabelecimento e decide levar para casa uma máscara um tanto quanto assustadora demais. Mesmo sendo alertada pelo dona da loja a desistir do negócio, a garota persiste e, sem querer, descobre que algumas coisas não deveriam jamais ser experimentadas. Inspirando outras três sequências (“O Grito da Máscara Assombrada”, “A Máscara Monstruosa II” e “Wanted: The Haunted Mask”, estes 2 últimos sem publicação no Brasil), “A Máscara Monstruosa” é uma ótima indicação para quem gosta de uma leitura leve e agradável, mas muito instigante. OBS.: já está disponível nos cinemas brasileiros “Goosebumps: Monstros e Arrepios”, filme inspirado na franquia de R. L. Stine (saiba mais).
ASSISTA A UMA ADAPTAÇÃO DO LIVRO PARA VHS.
Outras dicas de livros para o Halloween podem ser conferidas neste vídeo do canal “Perdido nos Livros”, do Eduardo Cilto.
E aí, curtiu as nossas indicações para curtir o “Dia das Bruxas”? E você, quais são as suas obras favoritas para essa data comemorativa tão pouco divulgada aqui no nosso país? Deixe as suas dicas aí nos comentários.
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